Um dia desses – afinal de contas tudo aconteceu agorinha mesmo – andei falando sobre linguagem e escrituras. Falando sobre o escrever. Eu comecei a escrever porque tinha umas ideias a respeito da linguagem, sempre gostei muito de discutir a linguagem dos autores. Li grandes escritores, vi por exemplo que Lima Barreto tem muitas ideias, vai fundo em seus pensamentos, mas tem uma linguagem horrível. Não era uma linguagem horrível, não. Era uma linguagem muito boa, mas sem aquele aval do escritor que sabe escrever. Jorge Amado… Jorge Amado comove as pessoas, tem uma linguagem bonita, dá adjetivação, é um narrador muito bom, é um descritivo também muito bom, mas não sabe escrever. Por isso prejudicou a perenidade dos livros dele.
Existe uma leviandade de se fazer o que não se sabe. E resolvi escrever sabendo o que eu estava fazendo, mesmo se eu não me tornasse um escritor, uma criatura de ideias, iria pelo menos fazer da língua um verdadeiro instrumento de trabalho.
Se escolhemos ser lixeiros, que sejamos o lixeiro; se escolhemos ser ourives, que sejamos o ourives; e se escolhemos ser escritores, que sejamos o escritor.
Por isso cuidei da forma. Por isso entrei na USP, na seção de Letras Clássicas, para aprender latim, grego e português, três línguas mortas. Minha língua portuguesa. Preocupo-me com a linguagem, com a adequação à forma. Ser escritor é mais do que escrever, apenas. Falo da literatura como ofício, não como desabafo, denúncia, declaração de amor. É preciso um comprometimento profissional com a literatura, com o apuro da forma, com a experimentação da linguagem.
Eu queria escrever como se falava, mas não escrever como se falava à maneira do Guimarães Rosa. Briguei muito com o Guimarães Rosa, imagine que atrevimento! Mas eu dizia: “Guima, você não tem direito de cunhar palavras, de criar palavras, a palavra só existe se tiver um povo que fale, a palavra é povo. E você põe aí, por exemplo, o mato aeiouava. Muito bonita a palavra, muito engraçada também, mas não vale nada, quem vai falar essa palavra daqui pra frente? Só você. Nos seus livros, daqui a não sei quantos anos, esta palavra que está aqui não existe”.
Palavra que não é de povo é palavra morta. Língua universal é ter um monte de gente usando. O inglês é universal. Usar o esperanto – ah! O que é isso? Não tem povo que fale, não existe. O que existe é gente. É este então o meu sentido, a direção da minha escrita. Quando eu escrevi, eu quis escrever numa linguagem que ninguém tinha usado, a linguagem valeparaibana. Qual é o escritor que escreveu o valeparaibano? Só eu. Eu tinha direito primeiramente porque sou povo daqui, sou caipira. Segundo porque eu tinha uma experiência grande da linguagem mais profunda, da linguagem que se usa para rezar, por exemplo, da linguagem que se usa para amar, sou intérprete de uma língua que existe, que é o valeparaibano: e eu escrevi em valeparaibano. Um pouco de Minas também, porque vim de uma fazenda de Minas. Não nasci lá, sou de Cachoeira Paulista, mas vim de uma fazenda de Minas. Escutei aquelas conversas todas lá e pus no livro com a maior fidelidade possível, porque sou caipira, mas em cima do caipirismo, da caipirice, eu sou uma criatura estudada, trabalhada.
Vou me repetir, mas não faz mal: eu conto histórias para quem nada exige, e para quem nada tem. Para aqueles que conheço. Sou um deles. Participo do seu mistério. Essa é a minha única humanidade.
A E.M. Rebouças recebeu Ruth neste dia 13 de maio de 2024. Quase 150 crianças sentadas no pátio descobriram que a “tia” era filha da escritora. Só ah! e oh! para todo lado. Como assim? A gente é importante, né? A filha da escritora veio conhecer a gente! Sim, muito importantes. São vocês que vão continuar a mostrar a Ruth Guimarães para o mundo, daqui para a frente. Que responsabilidade, hein? Essas crianças estavam muito interessadas, fizeram perguntas inteligentes; via-se que foram muito bem orientadas, pois falavam das fontes, onde tinham pesquisado, quais eram os livros mais significativos de Ruth. E depois fizeram fila para pegar autógrafo. A cidade de Cruzeiro e sua secretaria de educação estão prestigiando novamente a cidadã cachoeirense, valeparaibana, paulistana de coração, mineira de criação, meio de lugar nenhum e de todos os lugares. As escolas municipais de Cruzeiro estão estudando vida e obra de Ruth Guimarães. E o instituto Ruth Guimarães leva seus representantes para prestigiar. O Lucas Willians foi sorteado e ganhou um “Histórias do Jabuti” – ou da Onça, não me lembro mais. Uma das muitas Sophias foi muito participativa, prometi levar um livro da próxima vez. Já me cobrou antes mesmo de terminarmos a conversa! Crianças que amam livros! Professores que incentivam a descoberta dos valores locais! Muito bom isso. Vou voltar para falar com a turma da tarde no dia 20 de maio. Com mais livros embaixo do braço.
Lançamento da reedição de “Contos de cidadezinha”, no dia 18 de maio, às 17 horas.
Contos de Cidadezinha – Ruth Guimarães
Roda de conversa e lançamento da segunda edição de “Contos de cidadezinha”, de Ruth Guimarães. Dia 18 de maio, às 17 horas, na Casa Mário de Andrade.
Antes do lançamento da segunda edição do livro, pela Editora Madamu, uma mesa de conversa com Joaquim Maria Botelho, filho da autora, e as pesquisadoras Fernanda Miranda e Cecilia Furquim Marinha, que vêm se debruçando sobre a obra de Ruth, tratará do legado da escritora e de suas relações com Mário de Andrade.
A atividade será realizada presencialmente na Casa Mário de Andrade (R. Lopes Chaves, Barra Funda, São Paulo – SP). Inscrições até 16/05, neste endereço: https://poiesis.education1.com.br/…/9fd10588a886cac5909
Serão disponibilizadas 40 vagas para participação presencial.
Cecília Furquim é professora, pesquisadora, poeta e tradutora. Teve, em sua primeira carreira, formação e trabalhos como atriz e professora de atuação. Mais tarde graduou-se em Letras e tornou-se mestra em Literatura Brasileira pela USP defendendo a dissertação Gota d’água: entre o mito e o anonimato (2013). Tem trabalhos de criação e tradução de poesia, entre eles A Coruja, o Gato e os Filhotes (Melhoramentos, 2014- Altamente Recomendável FNLIJ 2015), Mulheres Salgadas (Urutau, 2019) e Brusco (Urutau, 2021). Em 2024, também no departamento de literatura brasileira na USP, concluiu o doutorado com a tese: A palavra da mulher e o mundo do homem: três obras de autoria feminina na primeira metade do século XX. Nela, dedicou-se à pesquisa de escritoras pioneiras, em especial Gilka Machado, Patrícia Galvão e Ruth Guimarães.
Fernanda Miranda é bacharela, mestra e doutora em letras pela Universidade de São Paulo. Sua tese recebeu o Prêmio Capes de Teses e foi publicada sob o título: Silêncios prEscritos: estudo de romances de autoras negras brasileiras (1859-2006). É professora adjunta de Teoria da Literatura na Universidade Federal da Bahia. Compõe o Conselho editorial responsável pela publicação da obra completa de Carolina Maria de Jesus na editora Companhia das Letras. Sua pesquisa de doutoramento foi a primeira do Brasil a analisar a obra de Ruth Guimarães.
Joaquim Maria Botelho é jornalista e escritor. Como repórter especial da Revista Manchete, viajou por todo o Brasil e pela América Latina, conhecendo pessoas e suas histórias. Depois disso, comandou equipes na TV Globo, TV Bandeirantes e jornal ValeParaibano. Lecionou por dez anos na Faculdade de Jornalismo da Universidade de Taubaté. Também é ensaísta e tradutor. É autor de 12 livros. Dentre outros, Imprensa, poder e crítica, Redação empresarial sem mistérios, os romances Costelas de Heitor Batalha, O livro de Rovana, o livro de contos Lá dentro e Histórias da Casa Velha – biografia e legado de Ruth Guimarães, este escrito a quatro mãos com a irmã caçula, Júnia Botelho. Foi presidente da UBE – União Brasileira de Escritores. Tem artigos e contos publicados na Alemanha, Argentina e Portugal. É vice-presidente do IEV – Instituto de Estudos Valeparaibanos e secretário-geral do Instituto Ruth Guimarães.
Literatura caipira e negra. Para a escritora Ruth Guimarães (1920-2014), a definição era orgulhosamente assumida.
Em 2007, em depoimento concedido ao Museu Afro Brasil, ela afirmou que, “assim como somos um povo mestiço, todo cheio de misturas de todo jeito, a nossa literatura também é toda feita de pedaços de textos, de arrumações aqui e ali”.
“Não há nada que nos torne inteiriços, inteiros”, definiu.
“Minha literatura é isso também. Eu conto a história da roça, de gente da roça, do caipira. Eu também sou caipira, modéstia à parte. Eu não me importei muito se havia uma tendência, ou se havia uma inclinação para contar a história do preto; como eu também sou misturada, o meu livro é misturado. Como eu sou brasileira, nesse sentido de brasileiro todo um pouco para lá, um pouco para cá, o meu livro também é assim, um pouco para lá, um pouco para cá.”
Li Água funda (1946) pela primeira vez em 2020, no auge da pandemia. Estava interessada em me aprofundar na prosa de autoria feminina negra e li vários romances brasileiros com esse recorte, muito impulsionada pela tese de doutoramento de Fernanda R. Miranda, publicada pela Editora Malê em 2019, intitulada Silêncios prescritos: estudo de romances de autoras negras brasileiras (1859-2006). Neste riquíssimo e pertinente trabalho, vencedor do Prêmio Capes de Tese de 2020 na área de Linguística e Literatura, Miranda faz uma série de reflexões a partir do fato da produção poética ser muito maior do que romanesca quando se fala em literatura de autoria negra, dado que justifica, inclusive, a incursão da autora em obras deste último gênero. Trata-se de uma discussão cujos desdobramentos ressoam em vários fatores, tais como: o histórico e as circunstâncias do aparecimento e da consolidação de cada um desses gêneros no país, quaisquer sejam as suas autorias; os impasses colocados ao negro e ao seu fazer literário, sobretudo na ficção; o investimento ou não da crítica em produções de autoria negra, bem como a sua recepção às mesmas; e, por fim, a discussão sobre o que sustenta o conceito de literatura negra.
Aos curiosos que quiserem se aventurar na leitura do estudo feito por Miranda, as obras analisadas por ela foram: Úrsula (1859), de Maria Firmina dos Reis; Água Funda (1946), de Ruth Guimarães; Pedaços da fome (1963), de Carolina Maria de Jesus; Negra Efigênia, paixão de senhor branco (1966), de Anajá Caetano; Mulheres de Aleduma (1981), de Aline França; As mulheres de Tijucopapo (1982), de Marilene Felinto; Ponciá Vicêncio (2003), de Conceição Evaristo; Um defeito de cor (2006), Ana Maria Gonçalves.
Além de me fazer conhecer outras romancistas negras brasileiras, no que tange à Água funda, a tese de Miranda foi primordial para despertar o meu interesse crítico, principalmente ao analisar a presença do povo no discurso narrativo do romance, ponto fulcral da minha atual pesquisa. Além disso, Miranda também reflete sobre dinâmicas e impasses da nação, advindos de fatores raciais, sociais e de gênero.
Em resumo, depois desse encontro propiciado pelo trabalho de Miranda, reli o romance, pontuando o que queria analisar e, por fim, escrevi o projeto de mestrado. Ingresso no Programa de Pós-graduação em Literatura Brasileira do DLCV-USP em 2022, onde estou até hoje, sob orientação da Profa. Dra. Simone Rossinetti Rufinoni.
Qual é o meu interesse crítico?
Apesar da recepção calorosa na época de seu lançamento, e do rápido esgotamento do número de exemplares, Água funda ainda possui escassa fortuna crítica. Tal cenário vislumbra uma mudança, sobretudo depois da publicação da 3ª edição do romance em 2018, pela Editora 34, mas não só: a obra é leitura obrigatória da FUVEST 2025 e 2026. Na verdade, o alcance cada vez maior que a obra de Ruth Guimarães tem tido muito se deve à fundação do Instituto Ruth Guimarães, em 2019, gerido pelos seus filhos, Júnia Botelho e Joaquim Maria Botelho. Além de divulgar as pesquisas em torno da escritora e intelectual valeparaibana, a instituição constantemente tem negociado reedições de títulos antigos e lançamentos de novos, promovendo cursos, palestras e encontros sobre a obra da autora, possibilitando o conhecimento das outras facetas de Ruth: a poeta, a tradutora, a folclorista, a cronista, a contista, a mãe, a bruxa, etc. No final de 2023, por exemplo, participei do lançamento da coletânea de crônicas Marinheira no mundo, publicado pela Primavera Editorial.
Além das resenhas da época de lançamento, destacando-se a de Antônio Candido, antes da tese de Miranda, as principais contribuições (e as que eu mais utilizo na minha pesquisa) aos estudos sobre Água funda são: a dissertação de Ana Paula Marques Cianni de Oliveira, intitulada “Um mergulho em Água funda e suas distintas vertentes” (2011); o ensaio “”Récit et Prophétie chez Ruth Guimarães” (2004), de Alckmar Luiz dos Santos; o artigo “Vestígios da tragédia grega” (2018), de Jeane Lucas. Atualmente, deve haver outros pesquisadores que colaboram com os estudos ruthianos – se me permitem o termo -, sendo do meu conhecimento principalmente Cecília Silva Furquim Marinho (USP), Arman Neto (UFRJ) e Sérgio Carvalho Portilho (Universidade Federal de Viçosa).
Sem dúvidas, há muitos fatores para examinar diante do reconhecimento tardio de uma obra: raça, classe, gênero, bem como as suas influências nas dinâmicas da crítica literária e do mercado editorial. Não é o meu objetivo aqui, e nem o da minha dissertação, discorrer muito sobre esse ponto em específico, o que não significa que eu o ignore. Fato é que não só o interesse acadêmico por Água funda é bastante recente, como praticamente inexistiu antes dos anos 2000. Desse modo, o terreno para análise ainda é vasto e, na minha opinião, muito fértil.
Em relação às motivações advindas exclusivamente do texto literário, aquilo que mais me interessa é o discurso narrativo. O tom de prosa fiada, sugerindo uma narrativa aparentemente simples, camufla uma composição deliberadamente complexa, conforme pontua Candido no prefácio da 2ª edição, em 2003. A voz narrativa performa um contador de histórias tradicional: reúne as experiências e os saberes do coletivo, interpreta causos individuais e os passa adiante, de modo a perpetuar a história e a tradição de um lugar, tal qual um griot. Simultaneamente, apresenta traços de um narrador moderno, pois, apesar de sempre privilegiar as vozes do povo, faz a singularidade de sua voz ser notada, sobretudo quando: contesta o que o povo diz e refuta o jugo popular; tensiona o fatalismo caipira ao sugerir que, quiçá, o infortúnio de Sinhá Carolina não seja só fruto de suas próprias ações, da mesma forma que a errância de Joca já estava pré-determinada concomitantemente por circunstâncias místicas, sociais e históricas.
Contando a história de Olhos D’Água ao “moço”, é como se o narrador abrisse, ainda que desconfiadamente, o mundo fechado daquela comunidade rural a alguém “de fora”, de modo a encarnar um dilema imposto ao caipira do início do século XX: a necessidade de ajustar seus meios de subsistência, suas formas de organização e suas concepções de mundo ante a emergência do mundo urbanizado e moderno, que, por sua vez, traz uma novidade superficial, dado que apenas reconfigura estruturas antigas (escravocratas e patriarcais) de poder. É dessa condição que surgem as constantes oscilações do narrador diante das tragédias das personagens: “Pode ser e pode não ser” ou “Não sei… Deus sabe o que faz e a gente não sabe o que diz.”. E é isso que também esconde a metáfora que intitula o romance:
A gente passa nessa vida, como canoa em água funda. Passa. A água bole um pouco. E depois não fica mais nada.
E quando alguém mexe com varejão no lodo e turva a correnteza, isso também não tem importância.
Água vem, água vai, fica tudo no mesmo outra vez.
Por fim, Água funda não é uma obra que repõe a famosa polarização entre a voz de quem narra (o erudito, o letrado, o “gramaticalmente” correto) e a voz de quem é narrado (o rústico, o iletrado, o que fala “errado”), frequente em outros escritores que se debruçaram sobre o caipira e sua cultura. A condição de caipira, bem como a sua reiteração ao longo da vida, distanciou Ruth Guimarães de um tratamento literário altamente romântico ou grosseiramente pitoresco. Aqui, a perspectiva caipira é posta em primeiro plano, ainda que tensionada. O drama de Joca é revestido de camadas que ultrapassam os estigmas da preguiça e da vagabundagem, infelizmente associados ao caipira até os dias de hoje. E, talvez mais importante, a fala caipira não se reduz a vocábulos isolados em um dicionário, ao contrário, é estilizada de forma a nos fazer enxergar a sua poeticidade.
Em suma, esses são apenas alguns elementos que, de imediato, despertaram o meu interesse crítico por Água funda. Após a terceira ou quarta leitura, surgiram coisas novas que, naturalmente, foram incorporadas às minhas reflexões. Importante frisar que, embora eu tenha me valido de um tom laudatório – delator do meu afeto pela obra -, isso não isenta o romance de falhas, limitações e impasses – que, por sinal, só fazem instigar o trabalho do pesquisador (ao menos idealmente). De todo modo, sem dúvida, é um livro que possibilita várias perspectivas de análise, dialoga com pontos importantes da história literária nacional e, por isso, requer uma maior atenção da crítica literária brasileira.
Onde ler o que eu fiz até aqui?
Em outubro de 2023, fiz uma comunicação no 9º Seminário do Programa de Pós-graduação em Literatura Brasileira do DLCV-USP, intitulada “A figuração do destino em Água funda”, disponível na íntegra aqui. Já qualificada, estou na fase de escrever a dissertação final.
A seção “Regurgitando ideias” acaba de ser estreada com essa publicação sobre Água funda, e, certamente, não escapará de outras postagens sobre a vasta obra de Ruth Guimarães. Contudo, será um espaço para compartilhar reflexões sobre diversas literaturas, nacionais e internacionais, de agora ou de outrora. Não esqueçamos que, no que tange ao fazer literário, o importante é ruminar, regurgitar, ruminar, regurgitar…
Contemplado pela Lei Paulo Gustavo, o jornalista e professor Joaquim Maria Botelho iniciou uma sequência de atividades destinadas a preparar estudantes que vão prestar exame vestibular neste ano de 2024.
O primeiro evento foi uma revisão da literatura regionalista, da qual Ruth Guimarães foi um dos expoentes – seu romance “Água Funda” tem sido leitura obrigatória de várias universidades federais, como Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, além da paulista USP – Universidade de São Paulo.
A apresentação, que durou quatro horas, foi realizada no Instituto Ruth Guimarães, no dia 13 de abril. Foram 27 participantes, todos estudiosos da obra da autora cachoeirense, e que preparam uma adaptação do livro para um curta-metragem (cinema).
Um segundo evento foi uma aula de duas horas de duração sobre “Técnicas de redação para vestibular – qualidades do texto e erros a evitar”. Participaram professores e alunos da Escola Estadual Prof. José de Paula França, na cidade de Queluz. Joaquim Maria ofereceu um exemplar do livro “Histórias da casa velha – biografia e legado de Ruth Guimarães”, para a biblioteca da escola, e sorteou entre os alunos um livro de sua autoria (Costelas de Heitor Batalha).
O terceiro evento, programado para o dia 22 de abril, será realizado na Escola Estadual Severino Moreira Barbosa, em Cachoeira Paulista, nos moldes da apresentação realizada em Queluz.
Ora pois, ainda existe quem não conheça Ruth Guimarães, a escritora de Cachoeira Paulista com renome nacional e internacional, cujo romance Água Funda é leitura obrigatória da FUVEST deste ano de 2024! Ora, ora!
O que se deve fazer quando o município lança o tema “cidade leitora” para suas escolas? Qual é o caminho a traçar, principalmente para as crianças pequenas de 0 a 3 anos? Onde ir? Para quem pedir ajuda? O coordenador da creche “Jairo Ramos”, que fica na Margem Esquerda do Rio Paraíba, nossa Rive Gauche, não pensou duas vezes: o Peterson Salomão entrou em contato com o Instituto Ruth Guimarães e marcou uma reunião de htpc no quintal da Ruth – aliás, o local está aberto para quem quiser vir fazer suas reuniões e conversar sobre Ruth!
A conversa foi longa, porque Ruth Guimarães tem livros infantis bem complexos, pois considerava as crianças como seres em formação que deveriam ser respeitados como tal, portanto a linguagem que usou é muito bem estruturada. Mas acredito que não tenha pensado em falar com crianças tão pequenas. Ou pensou?
As professoras, Peterson, eu (a filha da escritora, Júnia Botelho), pensamos que pensamos, falamos que falamos e surgiu uma ideia: uma história inédita de Ruth! História dos quatro pintinhos em quatro tempos e seis lições. E tem até uma parte musical feita pelo compadre Luciano Carvalho, para quem Ruth legou vários poemas para serem musicados.
A ideia foi tomando forma, virou um projeto ali mesmo na reunião e logo na semana seguinte eu recebi um convite para participar da apresentação das atividades.
As professoras foram ótimas, usaram a criatividade com muito carinho, uma fórmula que sempre é bem sucedida! Dedicação, delicadeza, sensibilidade, empatia. Com uma história de uma página foram trabalhados: 1) a alimentação, com frutas, legumes e verduras; 2) os grãos; 3) os insetos de jardim; 4) o contato com os animaizinhos. A creche proporcionou a 4 crianças a companhia de um pintinho cada por um fim de semana. “Ah, pais! Tem que participar, sim. Seu filho foi sorteado.” As professoras confeccionaram roupinhas de pintinho para os bebezinhos. Caça aos pintinhos, contação de histórias. Muito dinamismo, muito cuidado!
Se eu ainda tivesse alguma dúvida de para quem Ruth Guimarães escreveu, já não teria mais: escreveu para quem ainda se encanta, para quem conhece a força das palavras e da escrita, para quem sabe o quanto é necessário exercitar a criatividade e a imaginação, escreveu para essa turma competente: Peterson Salomão e Alves, Coordenador Pedagógico.
Leonor da Silva Garcez Rosa, Professora (Berçário I), Nilza Ribeiro dos Santos, Professora (Berçário II), Michele Cristine Bassanelli, Professora (Maternal I), Marleide Lopes Fernandes Moreira, Professora (Maternal II A), Luciana Vânia Barbosa Hummel da Silva, Professora (Maternal II B). No dia da apresentação da atividade para os pais e responsáveis Renata Camargo contou uma história, que contou com a presença da secretária da Educação e sua equipe.
Foto premiada em primeiro lugar no concurso de 2022 – Autor: Domeico Trocino
Estamos entrando na 4ª edição do Concurso de fotografia “Zizinho Botelho”, promovido pelo instituto Ruth Guimarães, com inscrições abertas de 22 de março a 22 de maio de 2024. O tema deste ano é Brinquedos e brincadeiras. A cada edição apresentamos uma crônica de Ruth Guimarães para ajudar os candidatos a usar sua imaginação e expressar sua sensibilidade. E despertar os lugares de Memória. Criatividade, originalidade, os aspectos artísticos e a sensibilidade ao uso de técnicas fotográficas são os critérios mais importantes na análise das fotos que chegarem. Fotografar é desenhar com a luz. Desenho de luz e sombras.
Os participantes poderão enviar 2 fotos, por e-mail: inrg1920@gmail.com. Se você for de escola pública, estará dispensado do valor da inscrição. Para mais informações, entre em nosso site: institutoruthguimaraes.org.br, ou no endereço do facebook https://www.facebook.com/institutoruthguimaraes ou ainda no instagram https://www.instagram.com/instituto_ruth_guimaraes/.
Participe!
O cinema pode ser um refúgio para quem quer fugir do cotidiano. Ajuda a estimular a imaginação e a criatividade do público. Os espectadores são levados a repensar o que viram e, às vezes, a reproduzi-lo.
O cinema no quintal está oferecendo um tipo de entretenimento para a cidade de Cachoeira Paulista que muitas de nossas crianças não conhecem, mas está oferecendo também um espaço onde nossas crianças e adolescentes podem conhecer um pouco da história de nossas personagens que já estão caindo no esquecimento, apesar de terem sido muito importantes em um momento específico.
Hoje, neste 20 de março, escutamos o Severino Antônio falar de seu avô, Severino Moreira Barbosa, que dá seu nome a uma rua e a uma escola em Cachoeira. Quantas coisas fez? Quem foi? Qual sua importância? A discussão foi bem interessante e alunos e professores da escola vieram prestigiar o projeto que foi contemplado pela Lei Paulo Gustavo.
O próximo convidado é José Maurício do Prado, contando a história de seu pai, Nelson Lorena, dia 20 de abril, às 15h. E o filme será “Deus é brasileiro”, com Antônio Fagundes e Wagner Moura. Gratuito. Na Rua Carlos Pinto, 130, no instituto Ruth Guimarães – INRG. Esperamos vocês!
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