Cumprimento as autoridades aqui presentes na pessoa de Ildebrando Pereira da Silva que fez a gentileza de me anunciar este prêmio.
Na noite de hoje agradeço a presença dos amigos e familiares que me apoiam nos meus projetos nem sempre fáceis de executar, principalmente meu irmão Marcos, aqui presente, Joaquim Maria, que está nos representando em outro evento, meu irmão Olavo que partiu fora do combinado, como dizia Rolando Boldrin, que abraçaram junto comigo a realização do Instituto Ruth Guimarães. Sobra sempre um pouco de trabalho para Letícia, minha sobrinha, e para Maria, minha filha. Agradeço também ao Sérgio Barreiros que concebeu um site muito bonito e que graças a ele estamos na primeira página do Google sem precisar ter investido financeiramente, apenas com boas matérias e belas fotos.
Júnia Botelho recebe prêmio Monteiro Lobato
A Alarte enxergou com olhos generosos o meu trabalho como secretária da Cultura de Cachoeira Paulista. Viu também meu empenho em ajudar artistas cachoeirenses a conseguir elaborar projetos para conseguir recursos da Lei Aldyr Blanc. E certamente tomou conhecimento do meu voluntariado, ensinando francês para estudantes carentes. O que faço não é nada demais, na verdade. Devolvo o que me foi dado. Quando secretária da cultura de Cachoeira Paulista o lema era: “vamos ao centro cultural? Fazer o que? Sei lá! Mas lá sempre tem alguma coisa.” Ter alguma coisa para os que não têm nada. Sessão de cinema, bate-papo, tocar o piano que está lá, porque é um centro cultural não somente uma biblioteca. Dava aulas gratuitas de canto e de francês, porque eu já estava sendo paga para oferecer cultura. Consegui aulas de pintura com o artista Chisnandes, que também só queria ajudar os jovens. Quando já não mais estava secretaria, me ofereci para ajudar na lei Aldir Blanc, fazendo parte da comissão de cultura, liguei para as pessoas avisando do prazo, liguei para explicar o que era um projeto, fazia fila na porta de minha casa para os que não entendiam e me pediam ajuda. Porque temos tantos talentos e tantas carências! O meu lema pessoal é “construa, e eles virão”, do filme Campo dos Sonhos, com Kevin Costner. As pessoas têm fome de arte, ofereçamos música clássica, aulas de pintura, ofereçamos arte, e elas virão.
Além disso tudo, temos um lugar lindo deixado por Ruth Guimarães e Botelho Netto, que administramos e que é um lugar onde os artistas têm um espaço para se apresentar. Venham artistas, a casa é de vocês! Continuamos o trabalho de agentes culturais começado por nossos pais e esperamos que não pare em nós. Recebemos estudantes e pesquisadores que estão aprendendo a conhecer esse material primoroso que nos foi legado, tanto literário quanto fotográfico.
Convidamos todos vocês a participarem de nossos eventos, temos a terceira edição do concurso fotográfico, cujas inscrições vão até dia 22 de maio, temos os encontros mensais sobre Água Funda com o tema Diálogos Visuais, os trimestrais com a literaturaterapia, usando em sua maioria os Contos de Cidadezinha, temos dia 05 de maio um encontro em volta da fogueira para falar de Filhos do Medo e contarmos histórias de assombração, à meia noite de uma sexta-feira de lua cheia. Tudo isso e muito mais vocês ficam informados pelo site https://institutoruthguimaraes.org.br/site/.
Temos ainda muita organização a ser feita, tanto do espaço físico quanto do material que precisa ser digitado e digitalizado. Aqueles que quiserem se voluntariar, entrem em contato pelo site também, ou pelo instagram e pelo facebook. Agradecemos este reconhecimento de uma cidade vizinha, que faz a divulgação de nosso trabalho, e todo apoio é muito bem vindo. A cultura precisa ser feita em nossos quintais, em nossas casas, em nossos bairros, nas ruas, nas praças, para criarmos tradições. Cantar, dançar, fazer poemas e declamá-los, fotografar, pintar, bordar, tricotar, dramatizar, a arte como um todo nos faz viver. Que a Alarte viva por muitas décadas e ajude a arte a sobreviver. Vamos seguindo a cultura de Ruth e Zizinho. Porque é preciso continuar a história desse casal, dois talentos que não podem morrer, e também é preciso continuar a fazer cultura, independentemente de órgãos governamentais e de crises mundiais.”
Fonte: Jornal Vale Vivo