Uma manhã no quintal da autora
Um grupo de amigos advogados, em sua maioria trabalhistas, se reúne em um clube de leitura para discutir e analisar um livro que escolhem todo mês. O do mês de abril foi Água Funda, de Ruth Guimarães. Foi interessante observar quanto a profissão influenciou na leitura crítica, especialmente em como se interpretou o texto e se avaliou sua relevância nesse contexto profissional específico. Água Funda gira em torno de várias histórias e uma delas é mostrar que a modernização, que chegou e substituiu, por exemplo, os engenhos de cana-de-açúcar por grandes usinas, interferiu na vida das pessoas. E a conversa se estendeu e se acalorou quando os leitores comentaram que os direitos trabalhistas, neste período de transição, mas já de trabalho livre, revelando como a estrutura de poder e a desigualdade social permanecem, mesmo com a abolição da escravidão. Gustavo Dabul é de Cachoeira Paulista e conheceu a escritora, e os colegas paulistas e paulistanos reconheceram-no nessa história, comentaram o quanto as expressões do livro levavam a “ouvi-lo” em alguns momentos específicos e se divertiram com esse reconhecimento. Conversar sobre tudo isso na casa de Ruth foi uma experiência rica dos sabores, dos aromas, da vida dessas pessoas que eles conheceram de certa forma quando leram Ruth Guimarães.
Advogados – Clube de leitura – Água Funda de Ruth Guimarães
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