Obras de Ruth em escola do interior de Roraima

Crianças estudam obras de Ruth Guimarães para aprender sobre antirracismo

A professora Maria Augusta Simões Maduro, que vive em Ribeirão Preto, é madrinha de um projeto chamado “Literatura afro-indígena como instrumento de educação antirracista”.
Ela nos envia fotos de atividade realizada na escola Tia Ercília, na cidade de Cantá, interior do estado de Roraima. As crianças leram e trabalharam quatro livros de Ruth Guimarães: “Contos Negros”, “Contos Índios”, “Histórias de onça” e “Histórias de Jabuti”.
É a obra de Ruth Guimarães alcançando as crianças da fronteira com a Venezuela.

 

Instituto Ruth Guimarães representado na Manifest Culturarte

Você chega ao 3º andar de um prédio do governo, seja subindo as escadas ou pegando o elevador para chegar lá. Você conhece as pessoas lá e não diz para si mesmo: eles moram aqui, é fácil para eles, não precisavam subir escadas. Você supõe que eles também partiram do andar térreo para chegar a este mesmo andar. E, no entanto, quando você se depara com um artista que faz algo bonito, a primeira coisa que você diz para si mesmo é: ah sim, mas ele tem talento! Como se não precisasse trabalhar, como se não precisasse subir escadas para chegar ao 3º andar, a esse nível de especialização em sua arte. Isto simplesmente não é verdade! Salvo uma minoria, a maioria dos artistas tem que trabalhar, perseverar, desenvolver sua paixão para chegar onde está hoje. Mesmo que um artista chegue ao 3º andar mais rápido que você, ele ainda terá que trabalhar, assim como você, para subir os andares superiores.

A arte, o artesanato, os serviços manuais, a marcenaria são individuais, são feitos um a um. Para você! Ninguém terá o mesmo, da mesma forma, mesmo que tenham sido feitos na mesma forma.
Valorize os artistas e os artesãos de sua cidade, de sua região.
A Manifest Culturarte foi idealizado a partir de um projeto desenvolvido na Fatec Cruzeiro.
A intenção deste projeto é valorizar nossos artistas.
O evento será realizado no dia 29 de maio a partir das 19 horas na Etec Professor Marcos Uchoas dos Santos Penchel, Cachoeira Paulista.

Ruth Guimarães

Água Funda é tema de dissertação de mestrado em Universidade de MG

Sérgio Portilho acaba de defender dissertação de mestrado, na Universidade de Viçosa, Minas Gerais, com o tema “Reflexões sobre o romance moderno Água Funda (1946), de Ruth Guimarães.

Ruth Guimarães

Sérgio Portilho acaba de defender dissertação de mestrado, na Universidade de Viçosa, Minas Gerais, com o tema “Reflexões sobre o romance moderno Água Funda (1946), de Ruth Guimarães.

O presente trabalho tem por objetivo a análise da obra Água Funda (1946), de Ruth Guimarães,
único romance publicado pela escritora, com o objetivo de analisar sua construção e o estudo de sua recepção. A escritora Ruth Guimarães foi uma das primeiras mulheres negras a ocupar espaço no campo da literatura brasileira. O romance Água Funda recebeu a atenção de importantes críticos quando de sua estreia. Na presente pesquisa, empreendemos um estudo cuidadoso sobre a recepção da obra, atualmente, dividida em três momentos, de acordo com as edições: da Editora Livraria do Globo, em 1946; da editora Nova Fronteira, em 2003, e da Editora
34, em 2018. O diálogo dessa recepção com a leitura crítica da obra possibilitou-nos perceber
o romance de Ruth Guimarães como um exemplar do moderno romance brasileiro, assim como
também evidenciou a necessidade de mais estudos acadêmicos em torno da produção dessa
escritora.

Alunos da Faculdade Canção Nova visitam Instituto Ruth Guimarães

Melody, Maryana e João Pedro, alunos do departamento de Rádio e TV da Faculdade Canção Nova vieram fazer um trabalho no Instituto Ruth Guimarães. Conheceram um pouco de Ruth em algumas aulas e se apaixonaram! Baseados em suas pesquisas, trouxeram um questionário, tiraram muitas fotos, gravaram vídeos, erraram, recomeçaram, aprendendo na prática. Encantadora, foi o adjetivo que Melody usou para qualificar Ruth Guimarães. É o que o Instituto procura fazer: encantar. A sua escola já veio ao instituto? Ainda não? É só agendar!

Ruth Guimarães

Alunos da Faculdade Canção Nova visitando o Instituto Ruth Guimarães

Francisco Sodero – Historiador

Francisco Sodero Toledo é graduado em História pela Faculdade Salesiana de Filosofia Ciências e Letras de Lorena (1967), graduação em Filosofia pela Faculdade Salesiana de Filosofia Ciências e Letras de Lorena (1972), graduação em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia de Cruzeiro (1976), e, mestrado em Mestrado em Educação pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo (1998). Membro fundador do Instituto de Estudos Valeparaibanos (IEV) e da Academia de Letras de Lorena e conselheiro do Instituto Ruth Guimarães
Amante da história e da cultura, tornou-se um dos principais expoentes de uma geração que faz questão de conhecer, preservar, divulgar e, principalmente, elaborar um saber que expressasse uma identidade regional para o Vale do Paraíba. Sempre lutou pela valorização e preservação dos patrimônios materiais e imateriais do Vale do Paraíba, militou no campo político em prol da redemocratização do país, lançou campanhas que buscaram garantir ao Vale do Paraíba um merecido lugar de destaque na história nacional. Fonte: http://diegoamaro.com/entrevista/em-breve-francisco-sodero-historiador/

Ruth Guimarães

As escolas no instituto

A EEPEI “Barão da Bocaina”, de Areias, fez uma caravana com vinte e nove alunos, mais os professores Alício e João Batista, para uma conversa no Instituto Ruth Guimarães sobre Água Funda, Ruth Guimarães, vestibulares, regada a capuccino e bolinho de chuva. O casarão onde fica a Barão é conhecida historicamente como residência do Sr. Gabriel da Silva Leme que ocupou o cargo de Presidente de Intendência Municipal no ano de 1842. O prédio funcionou como hospital, cinema e correio. Em 1911, foi doado para a atividade das Escolas de Areias, passando a se chamar “Barão da Bocaina”.
Alunos interessados, receptivos, que fizeram muitas perguntas, interagiram, turminha boa! Até contaram umas histórias de assombração, para ilustrar o que ouviram sobre o livro Os filhos do Medo. Os professores estão de parabéns. No final da conversa houve um sorteio de livros, entre eles: Água Funda, Histórias da Onça e um Ruth Guimarães e o pioneirismo de Água Funda. Um desses alunos escreve suas histórias, mas não quis falar em voz alta, com medo de ser “zoado”. Ainda temos medo de revelar nossas aptidões, de mostrar nossos talentos, mas aqui no Instituto Ruth Guimarães vocês encontram oficinas de leitura, de redação, conhecem outras pessoas que fazem o mesmo que você. A sua escola ainda não visitou o Instituto? Então agende! Esperamos vocês!

Ruth Guimarães

Alunos da EEPEI “Barão da Bocaina”, de Areias, visitam o Instituto Ruth Guimarães

Júnia Botelho recebe prêmio Monteiro Lobato

Cumprimento as autoridades aqui presentes na pessoa de Ildebrando Pereira da Silva que fez a gentileza de me anunciar este prêmio.

Na noite de hoje agradeço a presença dos amigos e familiares que me apoiam nos meus projetos nem sempre fáceis de executar, principalmente meu irmão Marcos, aqui presente, Joaquim Maria, que está nos representando em outro evento, meu irmão Olavo que partiu fora do combinado, como dizia Rolando Boldrin, que abraçaram junto comigo a realização do Instituto Ruth Guimarães. Sobra sempre um pouco de trabalho para Letícia, minha sobrinha, e para Maria, minha filha. Agradeço também ao Sérgio Barreiros que concebeu um site muito bonito e que graças a ele estamos na primeira página do Google sem precisar ter investido financeiramente, apenas com boas matérias e belas fotos.

Ruth Guimarães

Júnia Botelho recebe prêmio Monteiro Lobato

A Alarte enxergou com olhos generosos o meu trabalho como secretária da Cultura de Cachoeira Paulista. Viu também meu empenho em ajudar artistas cachoeirenses a conseguir elaborar projetos para conseguir recursos da Lei Aldyr Blanc. E certamente tomou conhecimento do meu voluntariado, ensinando francês para estudantes carentes. O que faço não é nada demais, na verdade. Devolvo o que me foi dado. Quando secretária da cultura de Cachoeira Paulista o lema era: “vamos ao centro cultural? Fazer o que? Sei lá! Mas lá sempre tem alguma coisa.” Ter alguma coisa para os que não têm nada. Sessão de cinema, bate-papo, tocar o piano que está lá, porque é um centro cultural não somente uma biblioteca. Dava aulas gratuitas de canto e de francês, porque eu já estava sendo paga para oferecer cultura. Consegui aulas de pintura com o artista Chisnandes, que também só queria ajudar os jovens. Quando já não mais estava secretaria, me ofereci para ajudar na lei Aldir Blanc, fazendo parte da comissão de cultura, liguei para as pessoas avisando do prazo, liguei para explicar o que era um projeto, fazia fila na porta de minha casa para os que não entendiam e me pediam ajuda. Porque temos tantos talentos e tantas carências! O meu lema pessoal é “construa, e eles virão”, do filme Campo dos Sonhos, com Kevin Costner. As pessoas têm fome de arte, ofereçamos música clássica, aulas de pintura, ofereçamos arte, e elas virão.
Além disso tudo, temos um lugar lindo deixado por Ruth Guimarães e Botelho Netto, que administramos e que é um lugar onde os artistas têm um espaço para se apresentar. Venham artistas, a casa é de vocês! Continuamos o trabalho de agentes culturais começado por nossos pais e esperamos que não pare em nós. Recebemos estudantes e pesquisadores que estão aprendendo a conhecer esse material primoroso que nos foi legado, tanto literário quanto fotográfico.

Convidamos todos vocês a participarem de nossos eventos, temos a terceira edição do concurso fotográfico, cujas inscrições vão até dia 22 de maio, temos os encontros mensais sobre Água Funda com o tema Diálogos Visuais, os trimestrais com a literaturaterapia, usando em sua maioria os Contos de Cidadezinha, temos dia 05 de maio um encontro em volta da fogueira para falar de Filhos do Medo e contarmos histórias de assombração, à meia noite de uma sexta-feira de lua cheia. Tudo isso e muito mais vocês ficam informados pelo site https://institutoruthguimaraes.org.br/site/.
Temos ainda muita organização a ser feita, tanto do espaço físico quanto do material que precisa ser digitado e digitalizado. Aqueles que quiserem se voluntariar, entrem em contato pelo site também, ou pelo instagram e pelo facebook. Agradecemos este reconhecimento de uma cidade vizinha, que faz a divulgação de nosso trabalho, e todo apoio é muito bem vindo. A cultura precisa ser feita em nossos quintais, em nossas casas, em nossos bairros, nas ruas, nas praças, para criarmos tradições. Cantar, dançar, fazer poemas e declamá-los, fotografar, pintar, bordar, tricotar, dramatizar, a arte como um todo nos faz viver. Que a Alarte viva por muitas décadas e ajude a arte a sobreviver. Vamos seguindo a cultura de Ruth e Zizinho. Porque é preciso continuar a história desse casal, dois talentos que não podem morrer, e também é preciso continuar a fazer cultura, independentemente de órgãos governamentais e de crises mundiais.”

Fonte: Jornal Vale Vivo

Universidade gaúcha escolhe obra de Ruth Guimarães para o exame vestibular

O jornal Zero Hora, de Porto Alegre, divulgou a lista completa dos livros que os vestibulando deverão estudar para o exame de 2024 na Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Veja a lista completa das leituras obrigatórias:
Kaká Werá - A Terra de Mil Povos
Ruth Guimarães - Água Funda
Gabriel García Márquez - Cem Anos de Solidão
Angélica Freitas - Um Útero é do Tamanho de um Punho
Aristófanes - Lisístrata
Machado de Assis - Várias Histórias
Júlia Lopes de Almeida - A Falência
Sophia de Mello Breyner Andresen - Coral e Outros Poemas
Isabela Figueiredo - Caderno de Memórias Coloniais
Chico Buarque - Construção (álbum)
Conceição Evaristo - Ponciá Vicêncio
Amílcar Bettega - Deixa o Quarto Como Está

Água Funda - Ruth Guimarães

Água Funda - Ruth Guimarães

Café da manhã e bate-papo com o escritor Joaquim Maria Botelho

Joaquim Maria Botelho vai conversar sobre a biografia de Ruth Guimarães que acaba de ser lançada por ele e Júnia, seus filhos, pela Nocelli Editora, com apoio do ProAc. O trabalho trata da formação intelectual da escritora, sua vida, obras e legado literário. O autor fará uma roda de conversa sobre sua profícua produção literária, ativismo cultural e social, diversidade e apagamento de sua história, obliterados pela preferência aos icônicos autores brancos e de classe social mais elevada.
Ruth Guimarães não acreditava, propriamente, em Deus. Acreditava num deus, que podia ser chamado de fraternidade, solidariedade ou amor. Conhecia várias religiões, estudou-lhes a filosofia, apreciava as belezas de cada uma e de cada uma quis os ensinamentos. Cresceu ouvindo crendices, lendas, superstições. Separou pelo estudo as que a ciência explica, manteve o que lhe foi introjetado pela ancestralidade, nominadamente Honória Joaquina, sua avó e fada madrinha. Misturou no cadinho de conhecimento a sabedoria camponesa do avô português. E leu tudo o que lhe caía à mão, desde os cinco anos de idade. Conhecia a Bíblia, citava os livros apesar de, como Eça de Queiroz, não crer como o católico supostamente deve crer. A Bíblia era, para ela, um relicário de sabedoria.
Os autores da biografia distribuíram o livro em partes que se referem aos livros da Bíblia, apenas como elemento de catalogação, para tornar didática esta história protagonizada por uma mulher sensível, inteligente, justa, sofredora e feliz. Lutou com as armas que pôde usar: o livro, o ensino, um extraordinário senso de justiça e uma fé inabalável nos seus deveres para com o próximo.

Trecho da orelha do livro “Histórias da casa velha – biografia intelectual de Ruth Guimarães”:

Joaquim Maria Botelho

Joaquim Maria Botelho

Ela foi mestra, mãe, amiga, esposa, ativista cultural, intelectual reconhecida, caipira orgulhosa de suas raízes e do seu papel no mundo. Viveu todos os momentos com intensidade, às vezes serena e consentida, às vezes irada e contrafeita. Não recusou jamais uma briga. Atuou em política cultural, insurgindo-se contra políticos partidários desonestos, contra administradores públicos autoritários e injustos – de modo geral, contra a injustiça contra a gente pobre. Foi pobre. Escolheu o desapego. Quis ser como sua gente das cidadezinhas, vilarejos e roças, participar de seus mistérios, compreendê-los e carregá-los dentro do seu repertório de conhecimento. Ensinou artesanato a mulheres pobres que não podiam se sustentar e por isso aturavam maridos bêbados e violentos. Ensinou ofícios a meninos e meninas de rua e modificou para melhor muitos destinos. Escreveu livros para ensinar pessoas a gostar de ler para assim compreender o mundo.
Teve nove filhos, depois de cuidar de três irmãos menores. Educou a todos com o apoio de um homem amoroso, apaixonado e amigo – seu primo José. Formaram a mais bela parceria que conhecemos. Produziram reportagens, artigos, fotografias, livros, produziram filhos que se amaram e se amam.
No momento que este livro é apresentado para publicação, com apoio do Proac – Programa de Ação Cultural do estado de São Paulo, restamos três irmãos para contar a história desta mulher especial: Joaquim Maria, Marcos e Júnia. Aqui estão os relatos que ouvimos, os diálogos que testemunhamos, as pesquisas que realizamos. É uma contribuição para manter viva a obra, o legado intelectual e social e o caráter de excepcional qualidade humana dessa mulher que nos deu a vida, nos deu valores, ensinamentos e livros.
Ave, nossa mãe, Ruth Guimarães, heroína da vida real.

Joaquim Maria Botelho e Júnia Botelho 2023