Nem me lembro mais como conheci a Sol. Só sei que nossos caminhos estão sempre se cruzando, porque principalmente amamos a mesma gente dos mesmos lugares. Ela é turismóloga, licenciada em História, ama livros e gastronomia. Criadora da Rota da Liberdade, roteiros de Afro Turismo na RM Vale do Paraíba no Estado de São Paulo, consultora da Unesco no Programa Mundial “Rota do Escravo”. Nascida em São Paulo, mas já está de Tremembé e de Taubaté há alguns anos, incorporada na cultura valeparaibana, mesmo sendo uma cidadã do mundo. E bota mundo nisso! Os congressos, as representações. Menina valente! Com 8 roteiros desenvolvidos em 20 cidades da região, a Rota da Liberdade mostra a influência negra na arquitetura, na gastronomia, religiosidade, arquitetura, música, dança e tudo o que estiver relacionado à Cultura Negra. Esta rota criou novas oportunidades, pois se tornou o primeiro Programa Cultural e Turístico de Mapeamento da Diáspora Africana a ser encampado por uma Secretaria de Estado de Turismo e se tornou referência nacional e internacional. Ter um lugar de memória é muito poético, às vezes dolorido, às vezes doloroso, às vezes podem nos fazer chorar, mas são sempre importantes e significativos. Em 2009 a Rota da Liberdade era eleita 1 dos 10 Melhores Projetos de Geoturismo do Mundo no Desafio National Geographic/Changemakers da Ashoka. Sua participação na Unesco aconteceu porque a Rota da Liberdade foi reconhecida como um case de sucesso: todo o seu processo de construção se deu a partir da experiência de uma mulher. Negra. Empresária. Criando um produto turístico de integração da Comunidade Negra. Gerando renda e trabalho. Valorizando a cultura negra. E que continua arregaçando as mangas e fazendo contatos, acho que seguindo um pouco os passos de pessoas aqui do Vale que conheceu: “Criei meus meninos aqui. Conheci sua mãe (Ruth Guimarães), Tereza e Tom (Maia), Ocílio (Ferraz), fui a última orientanda de Pasin (Professor José Luiz Pasin. Patrono do Museu Municipal de Aparecida, pesquisador, ambientalista, escritor e que dedicou sua vida em prol da história de Aparecida e do Vale do Paraíba.). Conheci a povaria do jongo, dona Tó foi madrinha da Rota da Liberdade, fiz roteiros com os quilombos de Ubatuba, conheci Lumumba…”. Fomos conversando mais um cadinho: “esqueci de dizer que conheci Efigenia Augusta também e Cylene Gama e Maria Dalila.” Conversar com Sol é recuperar os lugares de memória. Rota do escravo, rota da liberdade, rota das histórias, rota da roda de conversa, rota do ir e não ter nem vontade de voltar. Eu também vou pôr o pé nessa estrada. Quem quiser mais informações, entre em contato (www.rotadaliberdade.site; Instagram: rotadaliberdade_br; Facebook rota da liberdade) e junte-se ao cortejo para se fazer bem. Torcendo por você, Sol, descobri que ganhou o Desafio de Turismo Sustentável da Ashoka, e que a Rota foi uma das 3 contempladas em 2020. Vamos ficar atentos para saber mais sobre o Afroturismo e confirmarmos o seu sucesso!
Junia Botelho