As palavras da língua materna e os seres, coisas, estados, relações, constitui uma necessidade psíquica que nos torna seres falantes: existimos porque temos nome, porque falamos mamãe, papai, irmão, irmã: então sabemos que estamos em uma família. Depois que estamos em uma escola, em um trabalho. Sabemos que estas palavras são apenas palavras, mas é a partir delas que ganhamos identidade, quando fazemos a relação entre palavras e coisas.
Para Ruth Guimarães, ser valeparaibana, ser cachoeirense, era sua identidade. Tornou isso visível em sua linguagem.
O Instituto Ruth Guimarães vai às escolas e conversa. Vai às escolas e conta histórias da Onça, histórias do Jabuti, Lendas e Fábulas do Brasil, Os dois papudos, que estão no livro João Barandão e outras histórias. E a inédita História dos Quatro Pintinhos em Quatro Tempos e Seis Lições. Mostramos a linguagem de Ruth Guimarães, seu ritmo, sua prosa, seu vocabulário rico e seu jeito de contar como quem ainda está em volta da mesa, oferecendo seu chá com bolo. Ela é tradição, folclore, além dos eternos caiporas e mula sem cabeça. Ruth Guimarães nos faz descobrir que folclore e história são a mesma coisa e são muita coisa. As crianças da escola Ita Fortes foram receptivas e me abraçaram. Acredito que Ruth Guimarães sorriu!
Ruth Guimarães, patronesse da mostra folclórica pedagógica Raizes caipiras, Cruzeiro/SP
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